O que é a síndrome de Hellp, que fez a cantora Lexa perder sua filha após parto prematuro.
- Clecio Sousa
- 10 de fev.
- 3 min de leitura
A cantora Lexa, de 29 anos, compartilhou nesta segunda-feira (10) uma dor imensa em suas redes sociais, revelando que sua filha, Sofia, faleceu três dias após um nascimento prematuro no início deste mês. Em uma postagem no Instagram, Lexa escreveu: "Dia 05/02, minha filha amada nos deixou. Um luto e uma dor que eu nunca tinha visto igual. Vivi os dias mais difíceis da minha vida."
Ela explicou que foi diagnosticada com síndrome de Hellp, uma complicação grave da pré-eclâmpsia, condição caracterizada pela hipertensão arterial durante a gravidez. "Eu tomei AAS e cálcio durante toda a gestação, fiz um pré-natal perfeito, fiz TUDO, mas minha pré-eclâmpsia foi muito precoce, extremamente rara e grave", contou.
Lexa também relatou que, se tivesse aguardado mais um dia, ela mesma não teria sobrevivido para contar a história dela nem a de sua filha. "Agora estou buscando um rumo na minha vida, uma parte de mim se foi", disse a cantora em sua publicação.
Entenda a complicação na gravidez de Lexa
A hipertensão, comumente caracterizada pela pressão arterial superior a 14/9 (140/90 mmHg), é considerada grave quando ultrapassa 18/12. A pré-eclâmpsia geralmente ocorre devido a uma alteração na implantação da placenta, o que leva à resistência nos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. O diagnóstico é feito por meio de exames médicos.
Sintomas mais comuns da pré-eclâmpsia:
Inchaço generalizado;
Alterações na visão;
Diminuição do volume urinário;
Falta de ar;
Redução do líquido amniótico.
Riscos para a mãe e o bebê
Se não controlada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a síndrome de Hellp, que provoca lesões graves nos rins e fígado, e em casos extremos, pode afetar o cérebro, causando um acidente vascular cerebral (AVC), colocando a vida da mãe em risco. Lexa mencionou que sofreu comprometimento dos rins e do fígado durante a gestação.
Para o bebê, a condição também é perigosa, prejudicando o crescimento e o ganho de peso, devido à perda da função da placenta, que pode reduzir o fornecimento de oxigênio ao feto, aumentando o risco de morte.
Parto prematuro
Devido aos riscos causados pela pré-eclâmpsia, Lexa precisou dar à luz a Sofia com cinco meses e meio de gestação. O parto prematuro pode resultar em problemas de saúde no bebê, como infecções, dificuldades respiratórias (que podem necessitar de aparelhos de suporte), atraso no desenvolvimento motor e neurológico, hemorragias intracranianas, entre outros.
Tratamento e prevenção
Infelizmente, não há cura para a síndrome de Hellp durante a gestação, mas é possível controlar a pressão arterial até o parto com medicamentos anti-hipertensivos e exames constantes. Após o parto, a maioria das mulheres recupera sua saúde dentro de seis semanas, embora algumas necessitem de acompanhamento médico para controlar a pressão arterial a longo prazo.
Como prevenir?
O acompanhamento gestacional adequado pode ajudar na prevenção da pré-eclâmpsia. Hábitos como praticar exercícios regularmente, manter uma alimentação saudável, controlar o peso e não fumar contribuem para a manutenção da pressão arterial estável.
Fatores de risco para a pré-eclâmpsia incluem:
Mulheres muito jovens (geralmente abaixo dos 19 anos) ou acima dos 35 anos;
Hipertensão pré-existente;
Diabetes;
Obesidade;
Histórico de pré-eclâmpsia em gestações anteriores;
Gestação múltipla;
Distúrbios como trombofilias (síndrome do anticorpo antifosfolípide) ou lúpus.
O que significa Hellp?
O termo "Hellp" é uma sigla em inglês que descreve os principais aspectos da condição:
Hemolysis (hemólise): destruição dos glóbulos vermelhos.
Elevated Liver enzymes (elevação das enzimas hepáticas): aumento das enzimas do fígado devido à pressão alta.
Low Platelets (plaquetas baixas): redução das plaquetas no sangue, o que aumenta o risco de sangramentos.
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